sábado, 1 de dezembro de 2007

Afinal não era paralisia facial...

Ando completamente baralhado.
E... confesso que isto começa a assustar-me.
Não sei se sou eu que estou a enlouquecer, a ficar senil com a idade, ou se são os outros. Vou ser mais claro.
Ainda há uns dias, apanhei um tremendo susto. Dei por mim de cara à banda e pensei que tinha apanhado outra vez paralisia facial. Assustei-me pois. Fiz uma inspecção rigorosa ao espelho e verifiquei que estava enganado. Mas curiosamente não fiquei com um sorriso nos lábios, por verificar que estava enganado. Devia ficar contente por não estar doente, ou ficar triste por verificar que toda uma população estava a ser enganada?
Vou tentar ser ainda mais claro.
Estava a ver TV (o que é raro...) e qual não é o meu espanto, vejo o nosso primeiro-ministro todo contente a falar e a gabar-se de que tinha "corrido" com não sei quantos professores do ensino e que, pasme-se o insucesso não tinha crescido; isto, com base nas tais fontes estatísticas do governo, que também dizem que o desemprego diminuiu, os hospitais modelo (pré-privatizados?), estão com as contas em dia, que afinal a greve da função pública só atingiu 22%. Enfim, justificava ele assim, o que tinha mandado fazer pela senhora que nada percebe de educação mas que é uma boa executiva e que ocupa o primeiro lugar do ministério, e dizer aos portugueses que afinal os ditos profs estavam a mais. É preciso coragem da parte do homem e, muita estupidez de quem acreditou e acredita nele.
Mas... coragem já nós sabíamos que ele tinha. Se fizermos um exercício temporal, descobrimos que um tal senhor António dos lados de Santa Comba, que apesar de ter sido um ditador não interessado em que o povo aprendesse muito, pasme-se... abriu escolas em tudo o que era sítio. Agora, nos tempos modernos, vindo de alguém que se proclama socialista, fecham-se escolas, eliminam-se alegremente alguns professores, não se substituem os que estão diminuídos pela doença (mesmo comprovada!) ou desgastados pela idade (sim, que dar aulas não é o mesmo que ser governante temporário - desgasta muito mais!). Reconheço…é precisa muita coragem. Claro que não se fala da burocratização das escolas para dificultar a reprovação de quem não sabe (isso iria estragar as tais estatísticas). Claro que não se diz que os professores são forçados a premiar a mediocridade não a excelência e a educação, está pautada pelo apoio à passagem dos menos preparados, porque uma visão economicista levou ao desinvestimento do ensino em geral, e a falta de discernimento político está a comprometer o futuro do país. Sim, porque o desinvestimento nos jovens e na sua formação é empenhar o futuro. Que os pais não julguem que são computadores a 150 € (usados para estar no MSN na conversa da treta) que vão elevar o nível formativo das nossas criancinhas. Mas… será que a maioria dos pais se rala com isso? – Creio que não. Na visão de muitos encarregados de educação (talvez a maioria), a escola é hoje, um armazém onde podem depositar os seus rebentos quase que gratuitamente. E que os professores apesar da sua formação são meros ocupadores de tempos livres. Foi por tudo isto que fiquei com a cara à banda. Foi tudo isto que me "baralhou" as ideias e fez-me pensar. Em qualquer país civilizado, com governantes minimamente inteligentes, os professores são respeitados e até apoiados na sua missão. Aqui...

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