Quase Natal… a esperança… o “menino”… soa bonito, não? -e até podia ser. Mas… e a menina?
Como se não bastasse a educação, agora a justiça (ou injustiça) que temos. OK! A justiça é cega… bolas mas não tem de ser estúpida, pois não? Que eu saiba, uma coisa não é sinónimo da outra. Vou tentar esclarecer onde quero chegar. O caso Esmeralda. Uns senhores juízes, lá dos lados de Coimbra, pelo que teimosamente têm feito, envergonham toda uma classe e o que é grave, é essa mesma classe não se ter manifestado. Como diz o povo… quem cala consente!
OK! São humanos e, errar é humano (reconhecer o erro é que define um ser superior). Mas pergunto: -Que crédito e respeito merece uma classe que trata as pessoas como objectos? –Sim, que apesar dos pareceres de quem percebe mais do assunto que eles, continuam a ignorar recomendações. Não lhes importa o que poderá suceder à criança; sim o importante, é que se cumpra o que eles dizem, porque admitir um erro na sua óptica é grave. O caso da menina, pode-se resumir a isto: «Não interessa o que psiquiatras e psicólogos por muito conceituados, possam dizer. Não interessa o que a criança possa sentir ou vir a sentir. Não fazemos futurologia. Se nós dizemos que vai para o pai biológico que nunca quis saber dela, é porque vai. Nós é que sabemos e mandamos.»
Se eu na minha profissão errar, levo um processo, sou investigado e possivelmente castigado. Parece que na justiça as coisas não se passam assim. Os senhores juízes podem fazer os maiores disparates, prejudicar quem quer que seja que nada de mal acontece. Ah! – o queixoso se tiver dinheiro pode sempre recorrer. Para que serve a Ordem? Só para garante das regalias que possuem? Não era dignificante para a classe que defende, dar um puxão de orelhas a quem erra e se esquece que existem seres humanos? Parece-me que sim.
Continuo a pensar que mais importante que a lei (que é invenção do homem), é o ser humano. Não foi por acaso, que a pena de morte foi abolida. Mas a manterem-se estas sábias resoluções pergunto: «Que crédito merece a justiça em Portugal? – Valerá a pena acreditar nela?».
Só mais uma pequenina coisa... como será o Natal desta menina? Será comparável aos dos filhos (se os tiverem) destes juízes? E estes srs. juízes ao olhar para os seus filhos... conseguirão ter a consciência tranquila e sorrir? Ou o Natal será apenas mais uma grande hipocrisia? -Só lembro... as crianças ainda acreditam no Natal, assim como alguns adultos. Recomendo que sejam honestos para com os filhos e lhes digam: «Sabem, há uma menina que não pôde ter um natal como o vosso, porque eu não deixei!»