terça-feira, 13 de maio de 2008

Comemorar o «General Sem Medo»

12 de Maio de 2008, 18:25

Foi em 1958 que uma só pessoa abalou o Estado Novo. Ao candidatar-se para o cargo de Presidente da República, Humberto Delgado enfrentou a figura, na altura incontestada, de António Oliveira Salazar. À sua volta criou uma vaga de apoio abrangente e criou num «país adormecido» alguma consciência política. A cidade de Coimbra junta-se aos festejos dos 50 anos da campanha do «General Sem Medo».

Coimbra celebra também os 50 anos da campanha de Humberto Delgado. Uma exposição e um colóquio são as principais iniciativas agendadas para recordar esta figura marcante da história portuguesa. A exposição, patente na Casa Municipal da Cultura até 9 de Julho, tem o nome «Memórias de uma Campanha – Humberto Delgado em Coimbra».

O Colóquio, onde se vai reflectir sobre o tema «Humberto Delgado em Coimbra – 50 anos depois», acontece no dia 30 de Maio na Casa Municipal de Cultura, entre as 10h e as 17h35. Contará com as presenças do Presidente da Câmara de Coimbra, de Iva Delgado, filha de Humberto Delgado e Presidente da Fundação com o nome do militar, e do General Monteiro Valente, Presidente da Direcção da Associação 25 de Abril/Centro, entre outros.

Por fim, no dia 31 de Maio, no Hotel Astoria, será feita uma evocação da Campanha Eleitoral de Humberto Delgado, a partir das 10 horas. De seguida Miguel Santos e Diana Andringa apresentam o livro «Humberto Delgado. Biografia do General Sem Medo», da autoria de Frederico Delgado, neto do General.

Foi no ano de 1958 que Delgado, militar de carreira regressado dos E.U.A. decidiu avançar para o confronto político com o regime, com a sua candidatura à Presidência da República. Ao longo da campanha, à medida que percorria o país, foi aumentando a sua base de apoio. As multidões que o esperavam em cada cidade eram comuns e a cidade de Coimbra não foi excepção. Apesar de tudo, os resultados das eleições, ensombrados pela suspeita de fraude, foram favoráveis ao candidato do Estado Novo. Os 75, 8 % de votos que o Almirante Américo Tomar obteve são hoje encarados normalmente como resultado de manipulação nas votações.

Depois das eleições Humberto Delgado esteve exilado no Brasil até 1961, quando regressou a Portugal para comandar uma revolta militar. A Revolta de Beja, como ficou conhecida, não surtiu efeito mas é considerada uma antecessora de 25 de Abril. No entanto, esta tentativa de revolta deu origem à «Operação Outono», que levou à sua morte, na estrada entre Badajoz a Olivença. Atraído para uma cilada pela P.I.D.E. o «General Sem Medo» foi assassinado quando pensava que se dirigia para um encontro com oficiais do Exército.

Os restos mortais de Delgado foram transladados para o Panteão Nacional em 1990, um reconhecimento para o casrismático militar que tem na frase «Obviamente demito-o» uma das suas marcas mais fortes.







Que saudades do tempo em que General se escrevia com G de GRANDE, não se acomodavam à sua situação de bem pagos pelo regime e, sabiam lutar por um ideal de País, mesmo com risco da própria vida. Que falta fazia outro desse tempo, nos momentos ditatoriais de hoje...



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