Foi em 1958 que uma só pessoa abalou o Estado Novo. Ao candidatar-se para o cargo de Presidente da República, Humberto Delgado enfrentou a figura, na altura incontestada, de António Oliveira Salazar. À sua volta criou uma vaga de apoio abrangente e criou num «país adormecido» alguma consciência política. A cidade de Coimbra junta-se aos festejos dos 50 anos da campanha do «General Sem Medo».
Coimbra celebra também os 50 anos da campanha de Humberto Delgado. Uma exposição e um colóquio são as principais iniciativas agendadas para recordar esta figura marcante da história portuguesa. A exposição, patente na Casa Municipal da Cultura até 9 de Julho, tem o nome «Memórias de uma Campanha Humberto Delgado em Coimbra».
O Colóquio, onde se vai reflectir sobre o tema «Humberto Delgado em Coimbra 50 anos depois», acontece no dia 30 de Maio na Casa Municipal de Cultura, entre as 10h e as 17h35. Contará com as presenças do Presidente da Câmara de Coimbra, de Iva Delgado, filha de Humberto Delgado e Presidente da Fundação com o nome do militar, e do General Monteiro Valente, Presidente da Direcção da Associação 25 de Abril/Centro, entre outros.
Por fim, no dia 31 de Maio, no Hotel Astoria, será feita uma evocação da Campanha Eleitoral de Humberto Delgado, a partir das 10 horas. De seguida Miguel Santos e Diana Andringa apresentam o livro «Humberto Delgado. Biografia do General Sem Medo», da autoria de Frederico Delgado, neto do General.
Depois das eleições Humberto Delgado esteve exilado no Brasil até 1961, quando regressou a Portugal para comandar uma revolta militar. A Revolta de Beja, como ficou conhecida, não surtiu efeito mas é considerada uma antecessora de 25 de Abril. No entanto, esta tentativa de revolta deu origem à «Operação Outono», que levou à sua morte, na estrada entre Badajoz a Olivença. Atraído para uma cilada pela P.I.D.E. o «General Sem Medo» foi assassinado quando pensava que se dirigia para um encontro com oficiais do Exército.
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